Pé-direito duplo: como aproveitá-los da melhor maneira no projeto
Valorização do espaço e destaque à altura, por meio do décor, conduz os projetos realizados pela arquiteta Marta Martins em imóveis com pé-direito elevado
Para explorar o pé-direito duplo da área social do imóvel, a arquiteta Marta Martins desenvolveu uma projeto de iluminação utilizando painéis de gesso com sancas para a instalação de LEDs. Dessa forma, ela promoveu um visual moderno e contínuo entre sala de TV e estar com a varanda integrada | Foto: Rafael Renzo
Desde os casarões antigos, as paredes altivas sempre contribuíram com a expressividade nos projetos residenciais. Somadas às esquadrias de portas e janelas imponentes, os ambientes contavam com boa iluminação natural e ventilação, características essas que seguem presentes nos projetos arquitetônicos contemporâneos com o conhecido pé-direito duplo.
Mas além desses benefícios, as paredes mais altas propiciam a oportunidade de explorar o décor de diversas formas e finalidades. “Além de lindo, o pé-direito duplo aumenta a percepção do ambiente e é indicado para a área social integrada e o hall de entrada”, avalia a arquiteta Marta Martins. Para ela, essa diferença elevada entre o teto e o piso valoriza o imóvel justamente pela magnitude oferecida ao cômodo, propiciando diversas áreas de trabalho com decoração e iluminação.
Nesse apartamento, a arquiteta Marta Martins brincou com a iluminação artificial, elevando o nível de continuidade entre o living e o que era antes uma varanda fechada. Ao ser integrada, a área social entregou fluidez para circulação entre os ambientes desenvolvidos no projeto de interiores | Foto: Rafael Renzo
O painel de gesso foi instalado não somente na sala de estar, como acompanhou até a varanda, antes fechada. Para que os LEDs pudessem ser instalados, o drywall foi colocado onde foram desenhadas as sancas, formando linhas conectadas que receberam, posteriormente, a iluminação, cujo aspecto futurístico contrasta com o clássico contemporâneo dos ripados em madeira e painel de porcelanato da parede que está do outro lado da sala.
Iluminação
Para essa execução, Marta contou com lâmpadas de maior potência e alcance da luminosidade, uma vez que a referência padrão encontrada no mercado atende um o pé-direito usual, que varia entre 2,60 e 3m. “Quando dobramos a altura, precisamos acompanhar outras exigências para assegurar uma luz de qualidade e confortável pelo ambiente”, pontua.
Usando sancas de gesso no forro, ela encontrou nos vãos o ponto ideal para inserir a iluminação que entregou a sensação de um ‘teto flutuante’ e, ainda de acordo com a profissional, essa proposta mais difusa contribuiu para uma atmosfera convidativa e ainda mais espaçosa. “Combinamos também alguns spots que atendem os momentos mais íntimos entre os moradores ou quando recebem amigos e familiares”, complementa.
No extenso living delineado pelo sofá azul em ‘L’ e a dupla de poltronas, a luz amarelada é uma grande responsável pelo clima acolhedor. Desse lado, a arquiteta Marta Martins explorou a altura da parede para instalar dois grandes quadros, além de combinar detalhes ripados com o ‘teto’ sobressalente da sala de jantar | Foto: Julia Herman
Verde em casa
Aproveitar o ambiente estendido é também pensar em bem-estar e contato com a natureza, principalmente em apartamentos. Além dos vasos, é possível elevar a presença das plantas por meios de jardins verticais – opção interessante para valorizar pé-direito duplo.
Desse lado do living, o revestimento ripado foi inserido em direções distintas para recobrir a parede e emoldurar o painel da TV em porcelanato. Ao lado, uma faixa de jardim vertical realizado com plantas preservadas | Projeto Marta Martins Arquitetura | Foto: Julia Herman
Palco para arte e décor
Criar galerias particulares é um privilégio incrível em paredes de tamanho padrão e ainda mais no pé-direito duplo que, na opinião da arquiteta, permite usar e abusar de quadros e outras peças de arte que engrandecem o espaço ao preencher lacunas que poderiam ficar apagadas. “Os itens decorativos valorizam e dão vida ao projeto de arquitetura de interiores. Seguimos o gosto e a intenção do cliente, que pode também dar preferência para a colocação de apoios por meio de prateleiras”, sugere Marta.
A arquiteta Marta Martins explica que, no geral, a composição da área social com pé-direito duplo segue como de costume, com a distribuição de sofás, poltronas e mesas de centro e laterais, entre outros móveis. O segredo está na altura das paredes! Nesse living, ela tanto pendurou uma trinca de quadros em uma das faixas realizadas e na outra, baseada acima da sala de jantar, a parte que sobressai do teto da sala de jantar apoia uma dupla de quadros e vasos ornamentados | Foto: Julia Herman
Aumentando a percepção de espaço
Capaz de ampliar áreas pequenas, os espelhos se tornaram aliados do décor de imóveis compactos. Mas é errôneo pensar que esses itens não conversam com espaços maiores, pois apesar da amplitude oferecida pelo pé-direito duplo, a depender do local, os espelhos entram em cena com o intuito da profundidade. “Vejo como um toque ideal para cômodos mais lineares e de comprimento expressivo”, analisa a arquiteta.
Neste projeto, o pé-direito duplo compreende toda a sala de estar. Por aqui, a arquiteta Marta Martins instalou espelhos nas laterais do painel de TV em laca brilhante. Os dois materiais acompanham a altura de piso ao teto e foram trazidos como uma maneira de criar a percepção de aprofundamento do cômodo | Foto: Julia Ribeiro
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